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domingo, 11 de março de 2018

confessionário musical



Não sei no resto do mundo, mas aqui em Nova Era, hoje é dia de São José, que é santo padroeiro da cidade, inclusive. Apesar de não ter religião, aproveito o ensejo da temática religiosa, all around me, para uma confissão. Nada pecaminoso, só um pequeno equívoco bobagem; só mesmo uma minha forma de aproveitar as boas motivações que a data traz.

Dentro de meu universo musical, entre os alicerces de meu gosto por musica, na verdade, está o samba. Não o samba clichê de música brasileira, com suor, cerveja e mulata de biquini.(imagens clichê de minha juventude!) Não. Samba de raiz, dos bambas, do Cartola e dos cartolas; Paulinho (o da Viola), Nelson Sargento, Monarco, Candeia, velha–guarda inteira; Mangueira, Madureira e Portela!

A questão da confissão é que, nem mesmo gostando muito disto tudo tanto e tendo sido frequentadora quase sócia do Bar Cartola, em BH, especializado no gênero, nunca dei crédito nenhum ao Diogo Nogueira.

NENHUM! Não é que nunca o ouvi, só. Nunca o considerei, na verdade e nunca quis conhecer.
Era, para mim, muito galã global. Thiago Lacerda demais, para ser bom de fato! Coisas que só a Globo faz por você!

É que toda unanimidade é burra, não é assim? Pois é, o cara tinha, na mídia convencional, nome e sobrenome consenso (li que ele tem 14 músicas (QUA TOR ZE) em trilhas sonoras de novelas. Devia ir ao Faustão! Assim, preconceituosa, mas  justificadamente, (por paradoxo que possa parecer)  nunca foi digno de meu querer!

Mas dia destes, lendo, por acaso, en passant, de um seu lançamento, MUNDUÊ; ver que tinha participação do Hamilton de Holanda me cutucou as convicções.

É que Hamilton é, para mim, parâmetro, referência. Me fez parar e pensar. “Ué, será? ”

E aí comecei a botar naquela equação outros fatores e variáveis que, sim, eu sabia, mas não, nunca encaixava, tudo junto e misturado.

1–filho de João Nogueira. Diante de meu preconceito em ré maior, eu ignorava esta informação. E este negócio de filho de peixe é broma... pra inglês ver.

2– A Portela. O elo, as homenagens, releituras e parcerias.

Eu já sabia dissos, mas separadamente, cada qual no seu quadrado. Agora, com tudo junto e misturado e regido por Hamilton de Holanda, eu decidi ceder minhas convicções e, experimentar Munduê, lançamento recente, e acabei por me desarmar de vez.

Não, não estou elegendo o álbum um cânone do samba de raiz, não. Estou dizendo que é gostoso, digno do ritmo que traz! Álbum dito miscigenado, por misturar velho e novo, unindo tradição e inovação, como espelha a trajetória do Diogo. Trabalho consistente alcançado por 10 anos de produções e parcerias significativas. E um puta arranjo!

Deu vontade de mais, mais do mesmo Munduê e mais de sua discografia, que agora quero conhecer. Vou pesquisar, ouvir e, ao que tudo indica, gostar. Pronto acabô! Põe fé que já é!

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