Voltando alguns dias no tempo para comentar um espetáculo a
que assiti e, apesar de ótimo, não coube ainda em minhas entrelinhas, quiçá nas
linhas, aquelas oficiais, tão à beira da loucura que ando.
Quero falar e contar e exclamar de dias passados virados.
Virada Cultural Paulista 2014, este é o mote geral, mas o específico é dentro da viradinha, aquela dedicada ao público infantil. O pedaço maior de minha
Virada foi, assim, diminutivo. ViradINHA.
Era um espetáculo da (ótima) banda Bixiga 70, com a participação de cantores
convidados, em representação e reinterpretação do clássico musical ‘Os
Saltimbancos’, de Chico Buarque (pra resumir a história - parêntese dentro do parêntese, é que a versão
brasileira é que é dele).
Mas seguindo com os Saltimbancos, em releitura dramatizada,
seguindo o roteiro da apresentação original, desta vez via apresentação do
Bixita 70, figuravam (coadjuvando?) a gata Anelis Assumpção, o cachorro
Maurício Pereira, o jumento Skowa e a galinha Alzira E, além da Dona Operilda,
condutora do espetáculo, personagem da atriz Andrea Bassit.
Além da riqueza musical proporcionada pela turma Bixiga, aquela apresentação lúdica no visual, na representatividade, nas canções e seus
significados; aquele musical tão bem
encenado e tão parte de minha infância me proporcionou uma viagem no tempo,
despertando a sra memória afetiva.
Lembranças tão vivas de um tempo distante e saboroso que me trouxe, repetidas
vezes, lágrimas aos olhos.
Em cima, os bichos Saltimbancos cantando e dançando,
embaixo, “nós gatos” eufóricos; pais filhos e outros saudosos, “ felinos, não
reconhecerás”.
“… E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
E os pintores e os vendedores
Fossem somente crianaças…”