Virginiana – agnóstica profunda + arteira + pessoas2 + poliana = pontos
de exclamação (muitos!!!).
Taí uma minha fórmula, legenda de meus dias.
É que fiquei, este
fim de ano, pensando em algo que me
questionam sempre, todos ao meu redor, em balanço de fim de termo. Minha receita (sou boa nisso, hein?!?) de superação,
equação de um permanente bom humor depois de tudo. Abre parêntese, depois de tudo equivale a depois do acidente,
fecha parêntese. Assim, estas palavras vão se revelando um outro texto tirado
de minhas historietas de recuperação, uma espécie de catarse pessoal, em oportuno balanço de fim de ano, desaguando
em fórmula.
Vamos à receita: pega uma moça que, em outro parêntese
inicial, não acredita em nada do que não tenha os dois pezinhos fincados no
chão. Religiões, lendas, mitos, horóscopo, whatever. Pega esta moça e soma o
fato de, por aparente paradoxo, mas pura coincidência, ser absolutamente
virginiana e mistura ainda a uma paixão sinestésica (pode?) por arte e a um investimento de vida em pessoas. Pega
tudo junto e misturado e soma a um último fato definidor de toda a epopeia: a
poliana dentro dela. Pobres das equações
de primeiro e segundo grau perto desta complexidade desmedida. Começa por uma
contundente negação (agnosticismo), inusitadamente somada a uma controversa definição
(virginiana), substantivamente adicionada a uma paixão absoluta e poligâmica
(arteS), ligadas ainda a um exponencial norte
na vida (pessoas) e pontuada com uma definição identitária absoluta (poliana).
Pois, a primeira parte desta equação, a moça virginiana sem
religiões ou crenças de qualquer natureza, não ganhou, ao contrário do que se
imagina, um ângulo espiritual em seu olhar. Não. Ela faz mágica em um terreno
muito mais prático, beirando a 'gata borralheira'. Na medida em que se dota de afazeres,
objetivos e metas, a curto e longo prazo, full time e ao dia, ela aí projeta a vida, vivendo regras e planos e tarefas. De ordem prática ou
sonhadora.
Assim, tenho sempre o que fazer e o que projetar dentro da
ordem prática do dia a dia e além, no inefável mundos das conotações, metáforas
e sonhos. Se tenho, por um lado, que arrumar a casa, fazer compras, organizar o
dia e a vida como ela é, trabalhando, estudando, visitando família em MG,
cozinhando, recebendo, visitando, amando, indo, voltando, querendo, fazendo
(uffffffffa), por outro me sobram também afazeres no campo da imaginação. Tenho
de vir aqui, conversar com a Louca da Casa, tenho de planejar uma próxima viagem
para não sei onde, não sei quando, tenho de frequentar os SESC da vida, ir às
aulas de minha pós, a exposições de arte, cinema, teatro, estudo, literatura e
um sem fim de afazeres culturais. Tenho, ponto. E, assim, quero.
Conduzindo esta equação complexa, nos deparamos com a arteira buscando e
querendo mais, sempre.Um gosto por me pintar com as cores da música, do cinema,
da literatura, das artes plásticas, desenhos, rabiscos e pinturas (sinestesia
da arte, lembra?).
E me pintar por dentro, no gosto e na vontade de ser tocada n’alma
intensamente como a arte bem sabe fazer, me afasta de qualquer possibilidade de
depressão.
As pessoas. Ah! Vetor exponencial de meu caminho, retorno
maior de meus investimentos vida afora.
Que ganho melhor ou maior que uma mão estendida em um momento de dor? Carinho, atenção, dedicação, sorrisos, palavras.
Tudo junto misturado a um jeito poliana de ser, no nome e na
vida. A positiva, a do jogo do contente, a que sempre busca um lado positivo em tudo. E encontra. Sempre.
É isto. A busca permanente por tudo e qualquer coisa que a
virginiana traz em si, pintada de arte, de imaginação e de grandeza. Ter sempre
o que fazer, na ordem prática da vida, e buscar sempre o inefável, com as lentes
poliana para esta vida que quero para mim, coloridas e brilhantes.