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sábado, 27 de agosto de 2011

arte urbana

O Masp abre espaço, pela segunda vez, para a arte urbana, a 'street art'. A arte que nasce nas ruas das cidades é o que nos traz a mostra De Dentro e De Fora com peças expostas tanto na parte de dentro quanto na parte de fora do Masp, apresentando a arte urbana em sua origem! É o MASP abrindo espaço para estas manifestações percebendo o quanto elas se tornaram representativas e correspondem à sensibilidade e à identidade de larga fatia do público jovem.

E a mostra traz, além da arte urbana produzida no Brasil, oito artistas estrangeiros.O grupo de estrangeiros é composto pelos franceses Remed, JR e Invader, pelo tcheco Point, pelos argentinos Tec, Defi e Chu e pela norte-americana Swoon.

Entre as obras expostas estão grafites, fotografias, vídeos, esculturas, pinturas, murais, colagens e instalações. É a língua das ruas em uma arte que pulsa diversidade.

São muros vibrantes, cores pulsantes,figuras caricaturais ou como HQs, palavras perdidas em meio a muros expressivos. Tudo buscando uma comunicação conosco em uma 'ressignificância' de objetos e cenários 'triviais' de nossos dias.

Expressiva, diversa e bela!

ROTEIRO CULTURAL

direto ao ponto, aujourd'hui:

CINEMA

O Festival de Curtas tá de visita. E me confidenciou que pretende ficar até quarta.

Hubble 3D - Doc com imagens 3D feitas no espaço durante o conserto do Teléscópio Hubble. Unibanco Pompéia.

A Árvore da Vida - A vida de uma família americana na década de 50, em uma leitura existencialista... Porque é do Darren Aronofsky. Ponto. Livraria Cultura, Reserva Cultural, Frei Caneca and many other!

DANÇA

6 Instantes de Solidão - Espetáculo solo dirigido por Rodrigo Pederneiras, no CCSP, Sex, sáb e dom, 21, 21 e 20 horas.


SHOW

Pedro Luís e a Parede - com Navilouca Ao Vivo, novo album do grupo, apresentando uma mistura de rock, samba e funk. SESC Pinheiros às 18 horas.

Vitoriano - No Prata da Casa, SESC Pompéia, esta terça, 21 horas. Do Ceará, fruto da eclética cena de Fortaleza, o cantor e guitarrista se inspira na cidade para criar um rock de tintas psicodélicas, que por vezes soa como uma interpretação viajandona da obra de Raul Seixas.

Gaby Amaranto - Musa do Tecnobrega, a Beyoncé do Pará, apresenta este show com o China e com Emicida. Domindo no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, de 16 às 19 horas.

Patrícia Polayne e Bicicletas de Atalaia- dois shows do Sergipe mesclando pop, jazz, bossa nova e rock. No Cedo e Sentado, ali no Studio, quarta feira, 21 horas.


EXPOSIÇÃO

De Dentro e de Fora - expo sobre arte urbana no MASP que está ótima e merece a volta.

Ocupação Cildo Meireles - mostra multimídia que cria uma 'escultura' sonora a partir de sons gravados por Cildo Meireles em pontos fluviais do Brasil


BALADA

Hoje é a Festa do Santo Forte no Estúdio Emme. Forte na música com o melhor do Brasil no repertório, tocado pelo DJ Tutu Moraes. Forte na dança com nosotros todos animadíssimos até o amanhecer.

domingo, 21 de agosto de 2011

gestação

A confusão mental, grande sequela do acidente que tive em meu caminho, me tirava a segurança, a auto confiança, a coragem até. Assim, não conseguia encarar o mercado de trabalho, buscar novo ofício, nova ocupação, novo desafio. Durante muito tempo não conseguia sequer pensar em buscar, planejar qualquer recomeço. Não CONSEGUIA sair do lugar.

Queria, sim, me encontrar antes. Sentia que tinha que cuidar de tudo que ainda estava perdido aqui dentro de mim. Colocar meus pensamentos nos trilhos, dar atenção às minhas funções cognitivas todas.

Esta preparação para voltar a buscar e voltar a trabalhar foi gestada por exatos nove meses em mim. E meu filho, afinal, é VIVO!

Estou na VIVO há uma semana e me sinto assim, reduntantemente VIVA!!

frágil

No Teatro Municipal, com o Balé da Cidade de São Paulo, passei minha noite de domingo. Uma noite surpreendente, para mim, e fascinante, para cualquiera. O espetáculo 'Frágil' foi o que mais me prendeu, me fisgou a atenção e a admiração e me proporcionou viagens pelo mundo da arte.

Me fez pensar na grandeza disto que chamamos de expressão artística. Na beleza e sofisticação dos atributos do Homem, do alcance de sua 'pegada', do que ele é capaz. Porque a expressão artística é uma face sofisticada e nobre da expressão humana. Face de contornos delicados.

Em Frágil, o espetáculo, a mulher busca convencer o homem a vencer seus limites. Expõe vulnerabilidades e medos e os transpõe mostrando, assim, vigor.

Belo, delicado, sutil, intenso... mas Frágil!

sábado, 20 de agosto de 2011

roteiro cultural

Alternativas, possibilidades, escolhas, variações sobre o mesmo tema que podem trazer cor, alegria, viagens e torpor a seus dias...

CINEMA

A árvore da Vida - De Terrence Malick, parte da criação do Universo para discutir o lugar do Homen neste processo. Livraria Cultura, Reserva Cultural e Villa Lobos Cinemark.

Ex-Isto - Filme parte da hipótese imaginada por Leminski: e se René Descartes tivesse vindo ao Brasil com Maurício de Nassau? Espaço Unibanco Augusta e Frei Caneca Unibanco Arteplex.


TEATRO

Ópera dos Vivos - A Cia do Latão apresenta um espetáculo em quatro atos que refletem sobre a cultura brasileira nos anos 60, combinando música e cinema. CCSP, sex, sáb e dom, 18 horas.

Sonho de um Homem Ridículo - Baseado em um conta de Dostoiévski, narra a história de um homem amargurado que resolve se matar. Ágora Teatro - dom, 19h.


SHOWS

Hoje, sábado, o Vanguart lança seu 'Boa Parte de Mim Vai Embora' no SESC Vila Mariana, às 21 horas. Versos belos e melancólicos enfeitam este saboroso trabalho.

Copacabana Club mesclando rock, eletrônico e new wave lançam seu novo trabalho, Tropical Splash, Sesc Pinheios, amanhã, 16 horas.

Soledad Villamil - 'cantante' argentina que participou de "O Segredo de seus Olhos", estará no SESC Belenzinho, quinta, 21 horas.

Telefônica Sonidos - Na próxima sexta acontecem vários shows saborosos - Julieta Venegas com Marisa Montes, Los Amigos Invisibles com Seu Jorge, Los Van Van e Carlinhos Brown no Palco Pop Urban... e tem mais no palco Jazz Latino... A partir das 21 horas no Jockey Club.


EXPOSIÇÕES

De Dentro e de Fora - exposição de arte urbana com grafite, esculturas e instalações, com oito artistas internacionais convidados. No MASP.

Ocupação rio oir - Cildo Meirelles - No Itaú Cultural. Trata-se de uma mostra multimídia que parte de um LP com sons gravados por Cildo Meirelles em quatro pontos fluviais do Brasil.

Expo comemorativa dos 40 anos do Grupo Giramundo com outras companhias de seis países se apresentam no Ibirapuera. Domingo, 17, 18 e 19.

hurtmold + paulo santos (uakti)

Uma semana de trabalho, depois de tanto tempo offline, foi o suficiente para me tirar a energia, me deixar, de certa forma, extenuada. Pensei seriamente em não ir ao show de ontem de minha programação cultural. Show reunindo Hurtmold e Paulo Santos do UAKTI. Ainda bem que dei cartão vermelho pr'aquelas sensações 'fadigosas' que me invadiam. O show foi maravilhoso e um excelente remédio para aquela falta de energia que me tomava. Me colocou nos trilhos novamente ou me tirou do eixo, dependendo do ponto de vista.

Uma sonoridade deliciosamente diversa. Quase deitada em meu assento, fechava os olhos e embarcava nas melodias mais suaves. Ao que vinha outra, instigantemente diversa, e me levava pr'alguma outra 'paragem', n'alguma outra viagem...

E Paulo seguia nos provocando com seus inusitados instrumentos e sua sonoridade reveladora.

Hurtmold e Paulo Santos. Uma soma nos trazendo um rock instrumental experimental e diverso, de sonoridades percussivas grandiloquentes.

Me relaxou, me emocionou, me encantou, me provocou, me ferveu. Uma coisa de cada vez, cada qual a seu tempo mas tudo ao mesmo tempo agora.

Aplausos. Muitos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

suas palavras embebidas de sentidos

Em absoluto torpor, sinto que eu, às vezes Caio... n'uma emoção indelével impressa em mim...

"A literatura de Caio - com seu mix bem temperado de amores, sexo, viagens, cidades, drogas, psicanálise, meditação, astrologia, filosofia oriental, candomblé, tarô, cultura pop, poemas, filmes e canções - mostra sua trajetória pessoal na sua busca de sentido e de revelação e, ao mesmo tempo, propõe ao leitor um convite para embarcar em sua própria jornada de busca de autoconhecimento, de significado da existência, de crescimento e de transcendência. É impossível ler Caio Fernando Abreu e manter 'aquela velha opinião formada sobre tudo'..."

domingo, 14 de agosto de 2011

para sempre MEU, caio f.

Quando Felipe me deu a dica de leitura da biografia do Caio, pensei comigo; vou devorar, claro! Sei como Caio conversa comigo, com meus sentimentos todos.

Mas diante da consciência de minha, ainda, falta de consciência, assim, inteira; dos pensamentos ainda desconexos, dos contínuos lapsos de memória, pensei comigo, vou esperar. Vou deixar para ler quando razão e emoção estiverem completos dentro de mim e puderem caminhar de mãos dadas. Quando as conexões entre meus pensamentos, meus sentimentos e minhas vísceras todas estiverem se restabelecido. O que conheço e me lembro de Caio pede que seja assim.

Eu tinha certeza, claro, que iria me entregar. Já trago Caio comigo há algum tempo. E a forte memória de que ele me revira por dentro. O que não imaginava era que a vida de Caio, todas as nuances, todos os tons, todas as vírgulas me provocariam muito além da admiração e da emoção. Quando o Felipe me indicou, me escreveu falando de identidade. Fiquei lisonjeada. Mas foi este o sentimento então, lisonja.

Com o tempo e com o virar de páginas, a lisonja começou a ceder espaço à essa identidade, que cresce, se avulta. À medida que vou lendo ela vai crescendo dentro de mim. E são tantos pedaços de Caio em que me vejo, que me emociono continuamente. Mais do mesmo. Ele em mim. Ele segue me conduzindo os pensamentos, as lágrimas, as vísceras todas... numa identidade que grita e mexe muito comigo... deep inside. Entrega. Não conheço palavra que descreva melhor esta minha relação com Para Sempre Teu, Caio F. , entrega!

Tanto dele me faz me reconhecer ali. Suas palavras, sua paixão por elas, vários modus operandi de sua escrita, seus hábitos, seu virginianismo, sua profunda inclinação aos excessos, todos, na vida e ao escrever; seu gosto por Jazz, seu hábito contumaz de levar amigos a amigos, fazer deles sua 'família fora de casa', tudo isto e muito mais...

Queria muito ler esta biografia. Não conseguia mais me segurar esperando a razão e a emoção fazerem as pazes em minha cabeça. E tinha certeza de que a emoção não teria papel coadjuvante nesta leitura. Seria, sim, protagonista full time. Como tem sido também em meus dias recheados das palavras dele.

Hoje, frequentemente, tropeço e Caio. Mergulho Fundo!

Para Sempre 'Meu', Caio F:

"Amor é a palavra que inventamos para dar nome ao sol abstrato em torno do qual giram nossos pequeninos egos ofuscados, entorpecidos, ritmados. A vida toda. Mas se me perguntarem o que quero dizer com isto, não tenho resposta. O que quero dizer é justamente o que estou dizendo. Não estou com pena de mim. Tá tudo bem. Tenho tomado banho, cortado as unhas, escovado os dentes, bebido leite. Meu coração continua batendo. Taquicárdico, como sempre. Dá licença, Bob Dylan: 'It's all right man, I'm just bleeding.' Tá limpo. Sem ironia. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuaremos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda, quem sabe, mais celestial que esta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar. Se tiver aprendido lições (amor é pedagógico?), até aproveito e não faço tanta besteira. Mas acho que amor não é cursinho pré-vestibular. Ninguém encontra seu nome no listão dos aprovados. A gente só fica assim. Parado, olhando a medida do Bonfim no pulso esquerdo, e pensando, pois é, vejam só, não me valeu."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

nossa visita contumaz de sexta-feira: roteiro cultural...

Como esta moça que lhes fala não tem mais tantas horas inúteis. São os cinco dias úteis por semana que voltam a mim. Assim, este roteiro começa a se apequenar. Mas seguem alternativas para rechearmos nossas horas e dias com lazer e cultura.

CINEMA

A Árvore da Vida - Em belo ensaio sobre a existência humana, acompanhamos a rotina de uma família com três crianças no Texas. Frei Caneca, Reserva Cultural, Villa Lobos, etc, etc, etc.

Rio - A animação de Carlos Saldanha não havia ainda entrado na dança. Acabaram-se as filas. E as opções. Somente Cine Sabesp. 14 horas.

TEATRO

Pira, Pirandello, Pira! O protagonista percebe que as pessoas têm uma impressão sobre ele diferente da forma como ele se supõe, e fica louco, questionando o que é verdade. Parlapatões, sex e sáb, medianoche.

45 Minutos - Em um palco vazio, um ator entretém o público sem uma trama por trás que o sustente. Monólogo questiona se o teatro ainda pode transformar. CCSP, qui a sab, 21 h. Dom, 20h.

Espartilho - A trama, ambientada nos anos 50 gira em torno de Virgínia, dona de casa católica e frustrada com o casamento, que é obrigada pelo marido a usar um espartilho e dançar um tango para ele após o jantar. Parlapatões, sab, 21h e dom, 20 h.

Sonho de um Homem Ridículo - Baseado em um conto de Dostoiévski, narra a história de um homem amargurado que resolve se matar. Ele tem seus planos frustrados ao encontrar uma menina que lhe pede ajuda. Ágora Teatro, dom, 19h.

Ópera dos Vivos - A Cia do Latão apresenta um espetáculo composto por quatro atos que refletem sobre a cultura brasileira dos anos 60, combinando teatro, música, televisão e cinema. CCSP, sex, 19, sáb e dom, 18 horas.


DANÇA

Lugar do Outro - Coreografia poética sobre o limite entre o eu e o outro. Sesc Pinheiros, ter e qua, 21 horas.

Grupo Corpo - Coreografia inédita Sem Mim, com tema do mar e suas mutações, com músicas de Carlos Nuñez e José Miguel Wisnik. Teatro Alfa. Qua, qui, Sáb, 21 horas. Sex. 21:30, Dom, 18.

SHOWS

Orkestra Rumpilezz - porque já os vi apresentando um show de jazz com foco na percussão e me serve de motivo para querer voltar e vê-los em qualquer nova modalidade. Aqui, eles atualizam a sonoridade baiana, interpretando uma mescla de sambas com toques de candomblé. Itaú Cultural, daqui a pouquinho, a las ocho, hoy!

Hoje tem Tibério Azul com Seu Chico no Studio - SP. Imperdível! A pergunta que não quer calar: será que ele já incorporou as canções do novo album no show? A ver... hoje, lá pela meia noite.

El Cartel - músicas dançantes de nossos países vizinhos. Prata da Casa, terça-feira, 21 horas.

A Banda mais Bonita da Cidade - Os donos de 'Oração' fazem uma apresentação no Studio esta quinta, às 23!

Thaís Gulin - A namorada de Chico é a opção à mais bonita da cidade. Quinta, 22 horas, Tom Jazz.


CONCERTOS

A Menina das Nuvens, última ópera de Villa Lobos, volta a nosso roteiro. Esta ópera conta a história de uma menina que é levada pelo vento a viver no céu, mas decide voltar à terra. No recém reinaugurado Teatro Municipal, sáb e dom, 20 e 17.


EXPOSIÇÕES

De Dentro e de Fora - expo sobre arte urbana abre na quarta feira e traz nomes estrangeiros ao museu. Masp, a partir de quarta.

USAnatomy - Steven Klein - 87 peças de um dos mais celebrados fotógrafos da atualidade, Steven Klein. Imagens chocantes são a marca no artista. MUBE.

Destricted.br - a mostra sobre sexo, erotismo e pornografia reúne trabalhos de nove artistas. Galpão Fortes Vilaça.

Irmãos - O Xingu dos Villas Boas - instalações interativas, informação, arte... já vi e só me aumentou a vontade de voltar... SESC Pompéia.


BALADA

Caos - mix de loja, bar e balada, n'Augusta. Aí já disse tudo!

Estúdio Emme - misto de casa de shows e de balada. Hoje, rola a festa Goodfellas, promovendo shows de rock. Amanhã, brasilidades tomam conta da pista.

Milo Garage - que mudou de endereço mas continua um espaço 'garagem', underground. Hoje, o foco é black music, amanhã, discotecagem indie.

Festa mais Bonita da Cidade - não é só a Banda mais Bonita da Cidade que rola n'Augusta, não. É a festa também! Projeto que realiza sua segunda noitada hoje. Electro rock e indie comandam as pistas.

Remix - festa que se propõe a tocar somente indies que estão no auge no momento. Na quinta, a partir das 22. Alberta #3.




melancolia

Melacolia, estréia recente de Lars Von Trier, nos traz, em dois episódios, de narrativa triste e desesperadora, o estado de desolação de duas irmãs.

No primeiro, uma delas é apanhada no dia de seu casamento. A princípio, tudo a diverte. Ela vive TODOS os momentos, inclusive pequenos erros ao seu redor, com leveza, naturalidade e alegria.

Ao que ela é tomada por uma súbita 'consciência', da ausência de sentido da cerimônia ou do casamento em si. Ela parece, de repente, ver, em tudo aquilo ao seu redor, um vazio que ela não consegue viver.

No segundo episódio, um casal vive uma iminente possibilidade: o planeta Melancolia em rota de colisão com a Terra.

Por um lado, os cientistas negam e dizem que não, não vai acontecer. Mas a internet traz eloquentes e 'embasados' partidários de qualquer evento capaz de atrair cliques. A dúvida, portanto, é instaurada e Claire, a outra irmã, vive a iminência de catástrofe desconsoladamente.

O planeta Melancolia, em rota de colisão com a terra, é uma bela e clara metáfora em relação ao mal estar do mundo atual, este 'século dos antidepressivos' que vivemos.

O filme nos traz uma aterradora sensação diante de nossa 'pequenez cósmica', de nossos medos, nossas dores, de nossa insignificância.

Por que sofremos? No filme, seres humanos se despedaçam contra a indiferença de um destino infeliz e nos mostram, de maneira intensa, a angústia humana diante do silêncio de Deus.

O filme, de inconteste beleza plástica e mergulhado em significados, dialoga profundamente com questões filosóficas. Surpreendente.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

uma coisa de cada vez

Ando vivendo, hace mucho, uma avalanche de resgates. Resgates mínimos. Uma coisa, pouca, de cada vez. Mas tenho aprendido, mais do que nunca, a sentir, viver e valorizar esta felicidade, assim, de pequenas realizações... fácil mesmo, que vem sempre a mim por motivos poucos. Hoje, tenho milhares de pequenos objetivos e estou sempre nas fronteiras de realização d'algum. Muitos, pequenos, mas contínuos e de coisas que tive forte risco de não ter de volta. Minha vida parece que estacionou em um escada. Gradação ascendente.

Me sinto crescendo dentro de mim. Ganhando espaço na personalidade, na consciência, na coragem e nas vontades todas.

Um resgate, uma recuperação que me dá um sorriso largo no rosto, no peito e na alma é ter voltado a reconhecer música. Isto havia se perdido em mim. Era uma conexão que havia desaprendido a fazer. Ouvia a música, reconhecia, sabia cantar mas saber de quem, de que grupo, banda, projeto, cantor, saber o nome, isto já trilhava o impossível. Não conseguia associar um som e sua origem. Nunca. Conexões e associações entre distintos campos cognitivos. Esquece. Não falaVA esta língua.

Mas comecei a reconhecer de novo. Rádio, MTV e afins têm sido uma boa phonoterapia em meus dias. Como sempre baixo muita coisa, frutos de incansáveis pesquisas e trocas contínuas de referências, tenho um arsenal poderoso para teste... Meu 'arsenal' de música 'contemporânea', modéstia às favas, tende ao infinito.

Outro resgate feliz, apesar dos pesares, foi voltar a chorar. Eu, que sempre fui uma pessoa de emoções extremadas, desaprendi também isto. Nada me emocionava mais. Nunca. Até reconhecia, racionalmente, algo como sendo triste, depressivo, melancólico, trágico, doloroso e afins. Mas isto. Reconhecia e ponto final. Nada dentro de mim se revolvia com aquela constatação. Parece que meu cérebro foi tão duramente chacoalhado que derramou toda reserva de lágrimas. E foram as sessões de Terapia pós Trauma que as trouxeram de volta. A súbita consciência profunda de todas as faces deste acidente em minha vida me fez derramar muitas lágrimas. E assim trouxe a emoção de volta a meus dias.

E seguindo na parte aquosa dos resgates, voltei a chorar de todas a maneiras que o choro pode se fazer presente. A greve das lágrimas era tão séria que já não chorava, tampouco, cortando cebola. Qualquer cebola. Nem mesmo aquelas das famílias mais radicais que fazem chorar até mesmo os vizinhos. De mesa ou de sala. Não. Em mim, parecia que a fonte havia secado mesmo. NADA me trazia choro. E agora, como antes, TUDO pode me fazer chorar novamente. A realidade, um filme, uma música, uma lembrança, um fato, amigos, amores, cebolas.

Colocando um ponto final nesta listinha de resgates (não que ela tenha acabado, mas para poupar vocês de tudo tanto), outro fato que me aconteceu há pouco tempo, pour la premiére fois, apres tout, como tudo aqui... voltei a sentir o coração descompassado. Sim, havia me esquecido como, porque, que gosto tem, a alegria incomum, out of blue, que pode nos trazer...

Que disritmia deliciosa...


domingo, 7 de agosto de 2011

só blues, CCSP - artur menezes

artur menezes - só blues, CCSP

Evento realizado pelo Centro Cultural São Paulo, o Só Blues, às quintas feiras, busca mostrar que nossa música brasileira traz também este tom 'blue'. Que brasileiros também fazem blues. E de qualidade. A cada semana, apresenta-se um músico, ou um grupo, brasileiro adepto ao estilo. Nesta última semana o Só Blues trouxe Artur Menezes.

Formado em música pela Universidade do Ceará, Artur Menezes foi praticar blues em Chicago, EUA. Ficou uma temporada por lá, berço do blues mais tradicional. Blues que, segundo ele, hoje se modifica, adaptando-se às demandas do público atual, mais interativo, mais dançante.

Grata surpresa foram as misturas todas. Artur Menezes se mostra, e se diz, fortemente inclinado ao que ele chama de 'fusões'. Investe em um repertório com forte presença de músicas que alinham blues e alguma 'cor local', algum regionalismo. Como blues e rumba, blues e country (que trazia sabor a la Johnny Cash). Blues e baião, n'uma releitura 'blue' de Luiz Gonzaga.

E foram várias releituras, de ritmos variados, assumindo o caráter de fusão, o tom de blues.

E Artur Menezes se revelou um guitarrista de peso. Um virtuoso. Melhor, um adepto de largas experimentações na trilha do blues.

Prazer em conhecê-lo Artur. Voltarei sempre!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

nosso tradicional roteiro cultural

A programação cultural desta semana está incompatível com esta sub temperatura que nos assola. Nesta friagem intensa, neste frio de rachar, como dizem os mineiros, ninguém anima ficar assim, saindo de casa all the time, para fazer este mundo de coisas. Esta semana, abusei mesmo. Intensa ficou palavra pouca para descrever esta programação multiplicada, potencializada.


EXPOSIÇÕES

90 em Folha - uma exposição de imagens, fotos, cartoons, infográficos, que retratam momentos marcantes da história do país, trazidos pela Folha de São Paulo.

A Rua é Nossa... E de Todos Nós - exposição multimídia discutindo o uso das ruas e sua condição de patrimônio coletivo. No Museu da Casa Brasileira.

Warhol TV - Peças que fazem parte do acervo do museu do artista, em Pittsburgh. Cerca de 20 vídeos que tiveram sua participação. SESC Pinheiros.

Irmãos - O Xingu dos Villas Bôas - exposição que marca os 50 anos do Parque Indígena do Xingu e recria as experiências vividas ali pelos irmãos Villas Boas


CINEMA

Melancolia - O filme apresenta a possível colisão do planeta Melancolia com a Terra. Com esta sinopse e sendo do Lars Von Trier não precisamos de outros motivos para querer ver já! Espaço Unibanco Augusta, Frei Caneca Arteplex, etc, etc, etc.

Filhos de João - Admirável Mundo Novo Baiano - apesar de já ter aparecido em um roteiro cultural antes, volta agora porque ninguém consegue cumprir a risca este roteiro pretencioso! No Frei Caneca e na Reserva Cultural.

A 90 em Filmes, mostra que integra programação paralela da 90 em Folha, traz, este domingo, Buena Vista Social Club, filme que, sem dúvida, merece e muito, bis no cinema. No MIS, Domingo, 17:10.

A Quinta Jornada de Cinema Silencioso - evento produzido pela Cinemateca - traz dezenas de filmes das primeiras décadas do cinema, em sessões com acompanhamento musical. Vale perguntar ao Google qual a programação.


TEATRO

Uma Cia Italiana de teatro, a Tasbicale di Bergamo, apresenta, este final de semana, duas peças, teatro sobre pernas de pau, no Pátio do Colégio. Hoje, às 19 e amanhã, às 13.

Absinto - O amor platônico entre um zelador e uma atriz como metáfora da solidão das grandes cidades. Espaço Parlapatões, qui e sex, 21 horas.

45 Minutos - Monólogo questionando se o teatro ainda proporciona alguma experiência transformadora. CCSP, quinta a sábado, 21 horas.


DANÇA

O Grupo Corpo está em temporada em terras paulistanas. No Teatro Alfa, de quarta a domingo. Apresentação da coreografia inédita, Sem Mim, com música de Carlos Nuñez e José Miguel Wisnick.


SHOWS

Plebe Rude - Hoje no SESC Belenzinho. Boa oportunidade de recordar, porque recordar é viver, os anos 80. E no ambiente delicioso do Sesc Belenzinho, meio choperia, restaurante, espaço aberto...

Black Rio - Mixto de Funk, Soul e Samba Rock com aquele swingue saboroso. N'outra choperia, d'outro SESC, o Pompéia desta vez! Mañana, a las 21:30!

Del Rey - Aquele grupo que faz tão bem, tão originalmente, releituras do Rei. Descontração e presença de palco do China + integrantes do Mombojó. Dançante, divertido, delicioso!!!

UAKTI - conhecido por utilizar instrumentos musicais não convencionais, inusitados até! Instrumentos construídos pelo próprio grupo. Também no SESC Belenzinho, no Teatro, domingo, 18 horas.

Mais um show na choperia do Sesc Pompeia, mais uma edição do tradicional Prata da Casa. Ótimo show em um ótimo lugar! Gui Amabis apresentando seu album "Memórias Luso Africanas". Meus elogios vêm de textos, também elogiosos, que andei lendo a respeito. Me atiçou a vontade de conhecer!!!

Alzira E. - parceira de Itamar Assumpção promovendo lançamento de seu álbum, Pedindo a Palavra, com a participação de Curumim e do poeta arrudA, auditório do SESC Pinheiros, quarta, 20:30.

O Projeto Só Blues, no CCSP, esta quinta traz Celso Salim e Rodrigo Mantovani apresentando seu 'Diggin the blues'- resultado de intensa pesquisa sobre raízes do Blues no Mississipi.


CONCERTO

A Menina das Nuvens, ópera de Villa Lobos, apresentado no Teatro Municipal, em curta temporada. Terça e Quinta, 21 horas. Domingo, 17 horas.


BALADA

Bazar de discos de vinil no Paribar, tradicional reduto boêmio de 1942 a 1980 traz estandes de colecionadores selecionados por todo o Brasil e pretende atrair, também, interessados em garimpar discos antigos e artistas contemporâneos.

Esta semana, vamos nos limitar ao Caos! ;) Brincadeira. Em termos de baladas, saídas, festas dançantes e afins ficamos somente com o Caos e Alberta #3, o primeiro n'Augusta e o segundo na Praça da República. Ambas com DJS... a primeira com uma pegada mais 'indie', a segunda mais focada no rock clássico.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

amizades que se orbitam

A afinidade, a identidade, a admiração, a comunhão guiam nossas escolhas , e entrega, em termos de amizade. Amizade, não um sentimento de tudo e de todos, aquele dedicado a vários colegas do cotidiano. Colegas de trabalho, de escola, de qualquer rotina a que nos propomos e nos entregamos em nossos dias. Não. Amigos. Pessoas, sim, que eventualmente cruzaram conoso em uma destas atividades cotidianas e que as curvas do caminho conduziram a um significado maior, comum.Não importa em que direção vocês sigam dali por diante, vocês se encaixam n'alguma fresta de dias corridos. Alguma pausa para respirar.

E com o tempo, com o constante e intenso dividir de dias, tarefas, prazeres, palavra, literatura, música, jantares, taças de vinho, outros deveres e delícias, o carinho e a entrega crescem e tornam-se parte de algo maior, uma comunhão. Todo o sentimento.

E se você se permite um olhar atencioso ao outro, te reconhece incapacitado a qualquer julgamento e se propõe a crescer junto, você é capaz de reconhecer teu amigo também na mudança.

Em uma adaptação às novas cores de que a vida se pinta para ele, no crescer, no melhorar, no virar de página. Adaptando-se a uma nova realidade que se propõe, superando uma dificuldade ou buscando esta tal felicidade.

Lendo uma reportagem sobre Gal e Caetano na Rolling Stone do mês passado, deparei com uma frase que me fez parar, pensar e querer escrever mais do mesmo: " Se a amizade é identificação, confiança, comunhão de raízes, empatia ilimitada, amigos são mais que a família que escolhemos, são aqueles que continuam nos conhecendo quando mudamos."

Porque somos todos uma incansável busca. O novo está sempre à espreita, pelas curvas de nosso caminho, e temos, sim, de nos adaptar e mudar, permanentemente, para vivê-lo.

E um amigo de fato te reconhece nestas mudanças e abre os braços para o que nasceu em ti.